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Locais de Interesse
Paço dos Henriques
Povoação de fundação muito antiga, Alcáçovas situa-se sobre vestígios da via romana que ligava Ebora Liberalitas Iulia (Évora) a Urbs Imperatoria Salacia (Alcácer do Sal), derivando o seu nome da designação árabe Al-qacabâ para "cidadela fortificada", tendo sido repovoada em 1259 por D. Martinho, Bispo de Évora, que lhe concedeu foral, antes de D. Afonso III (1210-1279) a elevar a vila após incluí-la nos bens da Coroa.
O seu posicionamento estratégico no território português, assim como a adaptação, por iniciativa de D. Dinis (1261-1325), de um dos castelos a residência real, e a obtenção, das mãos de D. Afonso V (1432 - 1481), do primeiro senhorio de Alcáçovas, por parte de D. Fernando Henriques, foram, certamente, razões suficientes para que o "Paço dos Henriques" fosse palco de múltiplas cerimónias de assinalável envergadura e importância política e social. Uma relevância acentuada quando da assinatura do Tratado de Alcáçovas, em 1479, que pôs termo à guerra de sucessão da coroa castelhana.
A par da casa, propriamente dita, a classificação abrange a área ajardinada e a capela de Nossa Senhora da Conceição edificada no século XVII, para a qual foi necessário remodelar profundamente a área habitacional.
Igreja Matriz do Salvador de Alcáçovas
A primitiva igreja matriz de Alcáçovas, dedicada a Santa Maria, foi fundada em 1308 pelo bispo de Évora D. Fernando II (ESPANCA, Túlio, 1975). O templo foi comenda da Ordem de Cristo, e posteriormente da Ordem de Avis, tendo como padroeiros os donatários da vila, os Henriques de Trastâmara.
Em meados do século XVI, a igreja foi reconstruída segundo um novo projecto, de gosto maneirista, sendo o risco da fachada muito semelhante à estrutura da igreja do Espírito Santo de Évora. Desconhece-se o autor da traça, sabendo-se porém que durante alguns anos a obra de edificação foi dirigida pelo mestre de pedraria Baltazar Fernandes (Idem, ibidem).
Nesta época, a matriz terá mudado de orago, tendo então como padroeiro São João Baptista, e no século XVIII passou a ser dedicada a Cristo Salvador, orago que se manteve até hoje.
De planta rectangular, desenvolvida longitudinalmente, o templo apresenta uma fachada que se divide em três registos e cinco panos. Estes são marcados pela disposição de pilares dóricos, que separam o corpo principal, os corpos laterais, correspondentes às naves colaterais, e os dois torreões.
Da edificação quinhentista são os portais, o principal de moldura rectangular encimada por frontão, de gosto classicista, e os laterais, de moldura rectangular simples, e os torreões coroados por sineiras e pináculos piramidais. O programa decorativo barroco, que englobou as molduras dos janelões do segundo registo, o remate do frontão do corpo central e os fogaréus, foi executado cerca de 1748 (Idem, ibidem).
O espaço interior divide-se em três naves de cinco tramos, antecedidas por coro-alto e cobertas por abóbada de nervura assentes sobre colunas dóricas. Da campanha quinhentista subsistem também o púlpito, de mármore, e as pias de água benta. Em cada nave colateral foram abertas quatro capelas. Do lado do Evangelho foram consagradas as capelas de Nossa Senhora do Rosário, decorada com pintura mural, Nossa Senhora dos Remédios, que alberga no retábulo uma tela maneirista com a representação da Santíssima Trindade , a capela do Senhor Jesus do Pereira, e a capela-panteão dos Henriques, ou do Senhor dos Passos, reaproveitada da estrutura original do templo, mas que sofreu algumas transformações no século XVII, que no entanto não alteraram o arco gótico da entrada e os túmulos dos instituidores. Posteriormente, este espaço foi decorado com pintura mural a seco, durante duas campanhas decorativas, uma realizada no século XVIII, que corresponde ao camarim da capela, outra do século XIX, na abóbada e alçados (SOUSA, Catarina, 2003, p. 125).
Do lado da Epístola situam-se as capelas de Santo António, decorada com painéis de azulejos seiscentistas, a de São João Evangelista, a de São Miguel, e a de São Francisco Xavier, onde foi inserido o túmulo de Pedro Fernandes Colaço da Fonseca, mordomo-mor do infante D. João, que havia sido enterrado na igreja primitiva.
A capela-mor, de planta quadrangular, é antecedida por arco triunfal pleno assente em pilastras dóricas. O espaço é coberto por abóbada de caixotões de pedra, que em época posterior à sua edificação foi estucada e policromada, e as paredes laterais são forradas com painéis de azulejo de tapete, policromos e com figuração naturalista, executados por uma oficina lisboeta cerca de 1696. O retábulo-mor, de talha maneirista dourada e policromada, foi executado pelo mestre eborense Sebastião Vaz em 1640, albergando no centro uma tábua pintada em 1712, representando Cristo Salvador (ESPANCA, Túlio, 1975).
Igreja da Misericórdia
Obra original do reinado de D. João III, o seu início verificou-se no dia 13 de Junho de 1551.
O templo atual oferece características setecentistas e substituiu, decerto, o primitivo por motivos ignorados.
De frontaria cunhada de granito, na linha do oriente, tem portal adintelado, de calcário branco, grupo de janelas e grande luneta do coro, alteada por frontão triangular que termina, ao norte, pelo campanário com sino de bronze fundido, de cruz estrelóide e o cronograma de 1749.
No seu interior, a capela-mor é guarnecida por interessante retábulo barroco de talha dourada (meados do século XVIII).
Emparelhado na rua e correndo para o lado Norte, fica o Hospital, também antigo. O edifício sofreu importantes melhoramentos no tempo de D. Maria II, assinaláveis na fachada por guarnições de esgrafitos florais e grades férreas, fundidas e, no paquife datado de 1864, que envolve o escudo régio, coroado e de mármore branco, que enobrece o corpo do piso principal e é obra setecentista, assim como a portada, no todo semelhante à da Igreja.
Capela de Nossa Senhora da Conceição conhecida por "Capela das Conchas"
Fundada em terrenos sobranceiros ao paço e adquiridos por contestação com a Câmara, pelo donatário D. Henrique Henriques, em 1622, está integrada nos velhos jardins da casa, constituindo no todo murado, um longo paralelogramo que delimita as ruas do Paço, na época chamada de D. Fernando e a dos Ciprestes. A capela, orientada para o lado do ocidente, tem uma discreta frontaria caiada de branco mas que denuncia ter sido decorada, totalmente, por elementos conchóides, calcários e de cerâmica como os subsistentes na empena triangular e no campanário, de nítida inspiração industânica.
O corpo interior compõe-se de nave com tecto cupular de linhas acentuadas, este centrado por opulento resplendor de raios abertos, de madre pérola e envolvidos de discos e outros atributos geometrizantes. A decoração comprova o sentido plástico das gerações seiscentistas, fortemente embebidas da tradição marítima dos povos peninsulares, e representa, pelo seu colorido e utilização de materiais, um dos mais curiosos e antigos conjuntos da arte híbrida, oriental-ocidental da região, que tanto foi cultivada nos jardins, cascatas, alegretes e fontes das casas nobres.
Inúmeras peças de cerâmica italiana, sobretudo pequenos covilhetes policrómicos com decoração zoo-antropomórfica, que mais parecem grutas marinhas do que um templo para meditação espiritual, na mais estranha variedade de búzios, conchas, seixos e pedrinhas marmóreas nas suas habituais cores.
O Jardim oferece, igualmente, grande interesse. Várias obras similares, da construção de D. João Henriques, adornam as paredes e nichos, pilares, alegretes tanque e varandins. O conjunto mais importante, é sem dúvida, o constituído junto ermida e da porta torreada, valorizado pelo grande painel com uma figura equestre do pai do fundador do parque, D. João Henriques, 5º Senhor de Alcáçovas, que morreu após a Batalha de Alcácer-Quibir, prisioneiro dos mouros, em 1582.
Ermida de São Pedro de Sequeiras
A ermida de São Pedro de Alcáçovas foi fundada nas primeiras décadas do século XVI, havendo notícias da sua existência desde 1536. A obra de edificação foi patrocinada por Luísa Rodrigues, viúva de Luís de Mira de Sequeira, fidalgo da vila.
A sua estrutura, de planimetria rectangular, desenvolve-se longitudinalmente, sendo composta pelos volumes da nave e da capela-mor, que dá acesso à sacristia. A fachada principal é precedida por nártex de três arcadas, rematado por frontão com enrolamento e campanário, sem sino, ladeado por pináculos. O portal de acesso ao interior do templo, arquitravado, é ladeado por duas janelas.
O alçado posterior e um dos laterais estão adossados a construções posteriores, e a fachada lateral visível possui dois contrafortes, pouco salientes.
O interior apresenta uma diferenciação dos espaços da nave única, de planta rectangular, e da capela-mor, de secção quadrangular. Os tramos da nave são marcados por pilastras e a abóbada de berço que cobre o espaço é decorada com estuques policromados, que substituem os frescos que primitivamente a decoravam.
A capela-mor, antecedida por arco triunfal, é também coberta por abóbada de berço, decorada por frescos divididos em nove painéis que retratam cenas da vida de São Pedro, o apostolado, a prisão, a salvação do naufrágio no Tiberíades por Cristo, e o martírio, legendados em português arcaico (SOUSA, Catarina V., 2003, p.133). O pano murário da capela-mor apresenta também, em toda a sua área, vestígios de pintura a fresco, subsistindo actualmente as figuras de Santa Apolónia e Santo Amaro nos alçados laterais (Idem, ibidem, p.134).
Até ao ano de 1657, o espaço da capela-mor pertenceu a uma irmandade, sendo nesta data adquirida pela família Fragoso de Barros. Estes fidalgos terão sido os encomendantes da pintura mural que decora o espaço da abóbada, que pelas suas características não se insere nas produções picturais do circulo oficinal da região (Idem, ibidem, pp. 133-134).
Há ainda notícia da existência de pintura a fresco na abóbada da sacristia da capela, com representações dos atributos de São Pedro. O espaço, de planta quadrangular, possui um lavatório em mármore esculpido com o relevo das chaves entrelaçadas, símbolo do padroeiro. Entre 1998 e 1999 a Ermida de São Pedro foi objecto de uma campanha de obras de reparação da estrutura e das pinturas murais.
Ermida de São Teotónio
Fundada por D. Teotóneo Manuel, presumivelmente na década de 1650, junto das casas nobres da Travessa do relógio e de frontaria olhando, na época, o vastíssimo Rossio d'el-rei, conserva, em grande parte, a silhueta dos fundamentos, acrescentada, pela torre sineira de 1832, que substituiu o primitivo campanário do discreto terraço.
A frente é formada por um só arco pleno, flanqueado por duas atarracadas colunas toscanas de alvenaria, assente em quatro degraus de granito, que forma um pequeno adro elevado protegido por gradeamento férreo, batido, de balaústres quadrados e cilíndricos, típicos de fins do séc. XVIII. O corpo superior da actual torre - que acompanha os volumes decorativos da parte arcaica -, acrescida de janela marmóreas, coro e da platibanda guarnecida por urnas flamejantes.
A destacar a cúpula pintada a fresco da capela-mor (sécs. XVII/XVIII) e o Presbitério, decorado por pinturas murais, apainelados de madeira e de tela, talha dourada e rodapé azulejar, policromo, incluindo o frontal de altar, de temática floral e geométrica (séc. XVII).
Ermida de São Geraldo
Esta pequena ermida, localizada na parte oriental da vila, foi fundada em 1599 por uma comissão de moradores. Após um período de algum abandono, foi recuperada e reaberta ao culto em 1941, recebendo actualmente as festas da freguesia no dia 15 de Agosto.
Encontra-se edificada num terreno aprazível e desimpedido, com seus muretes de propriedade eclesial, orientada ao poente e de silhueta bastante pitoresca, de alvenaria de aio, formada por alpendre de campanário axial, de arcos plenos, com bancos para os peregrinos, corpo de nave emparelhado com gigantes terminados por agulhas piramidais, e abside quadrada, de telhado de linhas radiadas ornamentado por uma urna estilizada.
Ermida do Senhor da Pedra
Ao
sul do Convento de N.ª Sr.ª da Esperança e no sopé
do monte da Esperança ergue-se esta ermida,
edificação ulterior a 1758 que assinalava, desde o
século XVI, segundo se admite, a localização do
Cruzeiro do mosteiro.
Ao sul do Convento de N.ª Sr.ª da Esperança e no sopé do monte da Esperança ergue-se esta ermida, edificação ulterior a 1758 que assinalava, desde o século XVI, segundo se admite, a localização do Cruzeiro do mosteiro. Aqui se encontravam, processionalmente, os fiéis das diversas confrarias laicas, quando das peregrinações regionais.
O templete encontra-se dentro da cerca religiosa, defrontando um velho arco de tijolo, redondo, antigamente engalado por acrotérios pinaculares e cruz central.
Edifício de linhas singelas, de alvenaria, tem frontaria apilastrada, portal e janelinhas graníticas e frontão circular, ladeado de pirâmides truncadas e falsa arqueta axial. A cabeceira é de forma semicircular, coberta por telhado de linhas radiadas.
O interior compõe-se de modestíssima nave de planta rectangular, com tecto de meio canhão e alçados lisos, caiados de branco. Lateralmente rasgam-se dois nichos vazios, e o altar-mor, aberto por arco mestre redondo, decorado pelo emblema domínico, é concebido num vão de cilindro cortado, apenas composto pelo cruzeiro da primitiva ermidinha de N.ª Sr.ª da Graça, obra marmórea assente em fustes de capitel jónico.
O Calvário, de pedra mais fina e bem esculpida em alto-relevo, é solidário com a cruz de meias canas, recoberta por pontas de capuchos entrançados, obra bem definida do espírito regional tardo-manuelino e da época de D. João III.
Convento de N.ª Sr.ª da Esperança
Integrado
na Ordem de S. Domingos, o convento de N.ª Sr.ª da
Esperança teve os seus primórdios na ermida de
manuelina de N.ª Sr.ª da Graça, que havia sido
construída no alto da Serra de Alcáçovas, a cerca de
3km de distância ao norte da vila.
Os milagres atribuídos à Virgem da Esperança, nas centúrias passadas alcançaram grande projecção e muitos dos eventos sobrenaturais foram autenticados por pessoas gradas, como o Bispo de Fez D. Fr. Manuel dos Anjos e outras.
O edifício conventual, construído no mais elevado cabeço da herdade, com domínio de paisagem grandiosa peculiar dos nossos sítios, oferece pitoresca e garrida silhueta nos seus volumes recortados no horizonte, alvos de cáio com toques populistas de escaiolas coloridas.
Tem corpo de nave, no centro do bloco sagrado, dos alvores do século XVI; capela-mor, elevada, do período barroco seiscentista e alpendre atarracado, de varandim, concebido por três arcadas plenas, mas aberto apenas axialmente, com tecto de penetrações e obra de época avançada do século XVIII, guarnecido, na cimafronte, por sumido cronograma metido em tabela coroada, mariana, de estuque.
A possante torre, quadrada, delimitando em andares o bloco religioso, foi terminada no ano de 1684, data que subsiste embebida em tabela barroca na face oriental e tem quatro olhais capeados de cantos de mármore: apenas conserva um sino de bronze, datado de 1743, e é envolvida por varandim de grelhas de tijolo, dispostas em rectângulos.
É o templo original, de traça gótica popular e de planta rectangular, dividido em três tramos de arcadas redondas e abóbadas nervuradas.
No primeiro tramo, vêem-se no pavimento algumas campas e cenotáfios de mármore de antigos padroeiros e tem pia de água benta.
No 2º tramo, existem duas capelas: uma consagrada aos Reis Magos (a mais antiga e nobre, no lado da Epístola); a outra dedicada a Santo António (capela sobranceira, menos profunda). Ambas da centúria seiscentista.
O 3º tramo do templo, que constitui a sua cabeceira, é preenchido por três altares: dois colaterais, ladeando o arco mestre da capela-mor, e uma capela funda, rasgada no braço da Epístola e aparelhada com a dos reis Magos. É consagrada a N.ª Sr.ª do Rosário. Tem altar com azulejos policrómicos e ornamentação floral de influência indiana, como os anteriores. No nicho expõe-se a padroeira. Opulenta imagem de madeira estofada e dourada que mede, de altura 1,32 m.
Notável é a primitiva titular da casa religiosa - N.ª Sr.ª da Graça, peça de arte gótica, policromada e de pedra de Ançã, provavelmente da escola conimbricense quatrocentista, que a tradição afirma ter aparecido numa cova, perto do local onde se fundou a ermidinha. Mede, de altura 0,80 m.
Os altares cruzeiros são consagrados a S. Bartolomeu e Santa Rita de Cássia.
Na edícula venera-se o padroeiro, velha escultura de lenho estofado, coetâneo, que mede de altura 0,60 m. Curioso e da fundação do templete é o frontal de altar, de azulejos hispano-árabes e produção trianeira sevilhana, dos tipos de corda seca e aresta.
Tem também um altar dedicado a Santa Rita, mais discreto, e Presbitério, erguido na segunda metade do século XVII, com arco de estilo manuelino e de volta inteira.
A espaçosa sacristia e a casa dos milagres, interligados e de travejamento de telha vã, são dependências do séc. XVII. Aquela, tem o arco fundeiro do antigo altar, no qual se vê um curioso sacrário de talha dourada.
As outras partes do edifício monástico de nítida concepção ruralista, não conservam qualquer volume monumental, incluindo o claustrim, também muito singelo e de um só piso térreo, com cinco arcadas plenas, por banda. No centro da quadra eleva-se o primitivo poço quinhentista da cisterna, de águas pluviais, com gargalo circular, de pedra regional, muito gasto nas arestas pelo deslizar das cordas de baldeamento, motivo revelador da sua utilização secular.
Ermida de São Francisco
Edificada no antigo Rossio D'el-rei, desconhece-se, todavia, a época exacta da sua fundação, remontável a alvores do reinado de D. João III, porquanto já existia no ano de 1537.
Vestígios desse período subsistem nos acrotérios encordados, piramidais, da fachada, e na pia de água benta, de secção octogonal, peças marmóreas e da arte tardo-manuelina.
O edifício sofreu várias reconstruções e perdeu, em absoluto, o carácter primitivo, quinhentista, em data avançada do século XVIII, na altura da sua adaptação para sede da Irmandade da Venerável Ordem Terceira de S. Francisco, nome porque, na vila, passou a ser designada até aos nossos dias, apesar da mesma confraria ter sido extinta em 1880.
As fachadas têm frontões triangulares.
O corpo da nave, alegre, airoso e de planta rectangular, apenas conserva de interesse a abóbada de meio canhão, ornamentada, completamente no sistema artístico alcaçovense, por esgrafitos de caixotões quadrangulares, intervalados por cruzetas de Santo André.
A imagem titular de S. Sebastião, de lenho estofado e aparentemente do século XVI, encontra-se exposta no altar de São José, da Matriz do Salvador.
Torre do Relógio
Construção antiga foi edificada pela Câmara em data desconhecida, com destino aos sinais públicos, junto das primitivas casas do Deão D. Teotóneo Manuel.
De grossa alvenaria, em planta quadrangular e de dois andares, teve, nas suas origens, um terraço descoberto, de que subsistem as gárgulas de pedra, do tipo canhão e foi recoberto posteriormente, pela cúpula de meia laranja e remate de bandeira férrea, com guerreiro e cruz ladeada por coruchéus toscos. No campanil existem dois sinos de bronze fundido.
Coreto
Os primeiros registos, que existem de um coreto na vila das Alcáçovas, neste caso iconográficos, são de 1910, estrutura efémera, como ocorreu um pouco por todo o pais. Esta estrutura era utilizada na Praça e também no Largo Alexandre Herculano, para que a Banda de Música da Sociedade União Alcaçovense se fizesse ouvir com as suas obras e repertórios.
Alguns anos mais tarde, a partir de 1925, julga-se que terá surgido a ideia entre os Alcaçovenses, para a construção de um Coreto no Largo Alexandre Herculano. Por esta altura já se tinha iniciado, entre a Vila das Alcáçovas e a Cidade de Setúbal, um intercâmbio cultural, que haveria de culminar com a inauguração do Coreto em 29 de Setembro de 1929. Este intercâmbio, terá existido, pelo facto de nas primeiras décadas do século XX, a Banda de Música da Capricho Setubalense, ser dirigida pelo ilustre Alcaçovense, o Maestro Doménico Maia. De referir também, que o Alcaçovense, Sr. Agripino Maia, dirigia neste período, o famoso Sextetos de Saxofones, da Sociedade Capricho Setubalense que deslumbrantes saraus musicais proporcionaram aos Alcaçovenses.
Tal como o nosso Coreto, todos os coretos ficarão
para sempre caracterizados como um símbolo de
descentralização e democratização cultural, não só
em Portugal, mas também em toda a Europa.
Transmissores dos ideais de igualdade, os coretos
foram sem dúvida, um dos símbolos responsáveis, por
a cultura ter saído dos meios intelectuais para a
rua. Local onde o analfabetismo predominava,
passavam-se então a ouvir as bandas filarmónicas,
sendo então transmitido para toda a comunidade, o
gosto pela música.
Museu Rural
Museu Rural da Casa do Povo de Alcáçovas foi Inaugurado em 5 de Agosto de 1951. A fundação do Museu Rural deve-se, fundamentalmente, ao empenho e trabalho de Bento Caldas, um delegado do Instituto Nacional do Trabalho. Este teve ainda o precioso auxílio de Exmo. Senhor Luis Fragoso Fernandes (presidente da Assembleia Geral da Casa do Povo de Alcáçovas), e do artista Capela e Silva.
O objetivo da criação deste e outros museus rurais foi dar oportunidade a artista ignorados, fazer alastrar a arte rústica por todo o Alentejo, com o desejo que neles figurassem, não apenas artefactos da arte embrionária, natural, espontânea ou tradicional, ma também tudo o que fosse expoente de avanço, e que constituísse alvo a atingir por aqueles que não faziam melhor, porque nunca viram melhor.
Este museu rural é o repositório de atividades, de costumes, e das características locais. Ali está tudo o que se relacionava com o povo: a arte, os utensílios de trabalhos, costumes, e indumentária.
O Museu Rural, cujo acervo é constituído por património de arte popular apresentando um acervo de peças de "grande qualidade" que retratam a vida rural, principalmente entre 1940 e 1960.
Parque de Merendas de Vale Tanques
O Parque de Merendas de Vale Tanques está enquadrado num magnífico cenário natural, junto de uma massa de água, na qual podem ser observadas inúmeras espécies de aves migratórias.
Neste espaço é possível desfrutar de uma área de lazer e convívio de forma a proporcionar, momentos de distracção aos cidadãos da Freguesia e visitantes.
O Parque está equipado com infra-estruturas que ultrapassam a simples utilização dos meios naturais existentes, tendo esta entidade equipado no sentido de melhorar o conforto dos utentes.